Essas brumas de inverno
enfeitam  casas, ruas.
Paisagens nuas:
- paisagens do Eterno.

São sombras transparentes,
asas de anjos alvorecentes
que nunca pousam, nunca sobem.

Pairam sobre quintais,
dançam nos vendavais,
ousam  sonhos nobres.

E minha alma é camélia de inverno,
tão passiva sobre os campos.
De dia sou rima pobre,
à noite - talvez luz, pirilampo.


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