MAIS QUE INFINITO
Não quero mais ver
os velados dos espelhos.
Nem as sombras brancas
quando as pétalas caem.
Quero o azul completo,
mais que infinito,
o que provoca o súbito rufar do coração
na dança dos segundos.
Quero o sonho desencravado das mãos
e tirado da cruz do tempo e da memória.
Girar a roda sem atolar nas mazelas,
perfurar as cortinas com pontas de estrelas.
Levar até aonde posso
esse azul rupestre, cavernoso.
Pássaro das horas,
desenhar palavras nos olhos
quando os pés não mais encontram
saída pra aurora.
(Direitos autorais reservados).
Imagem: Super beautiful phtos (fb)
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 11/08/2012
Alterado em 11/08/2012