EFÊMERO
Tudo é efêmero...
as casas, as ruas,
a andarilha suja
o hospital e os doentes
essas tantas gentes
que insistem em esperar
nessa efêmera espera,
solstício da quimera
de um deus que não virá.
Efemeridade das coisas,
cadeiras, varandas,
falas, visões.
Da palavra num vôo alto
tombando sobre o asfalto
com socorro aos empurrões.
Efêmera dança que o vento faz
desenterrando lembranças
de ontem, hoje
do ano que vem
mostrando o que não se alcança
no caminho que nunca tem.
Efêmeras esperanças
em redemoinhos de inverno
dando nó nos abandonos
nos efêmeros dias de trono
até que desperte o sono eterno.
(Direitos autorais reservados).
Imagem: Super beautiful photos
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 27/07/2012
Alterado em 27/07/2012