Poemas da Caminhada - Lúcia Constantino
O canto da alma é a única coisa que fica. E o que dele fizermos...
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CANTAR....CANTAR....

                             A todos aqueles que escrevem, no Dia do Escritor


“Esta manhã encontrei um pássaro triste, triste, em um pequeno arbusto ao pé do jardim, e por que canta, eu disse, se ninguém o ouve: Um soluço na garganta, uma agitação no peito: - Meu ofício é cantar! – e lá se foi”
 
                                                     - Emily Dickinson

 
 
 
 
Cantar na noite morta, o olhar fugindo
para captar a doçura das estrelas
pelas janelas, pelas portas - um mendigo
da luz que há no céu - e não há como retê-la.

O corpo se envolve em sonhares de esperança
pra que se componha  doce abraço em sol maior
e que seja replantada a flor como uma criança
que nos semeia em seu peito pelo amor.

Cantar muito leve, sem ruídos, em reverência
pela vida, seu sentido, suas ausências,
pelos sonhos que se foram e os que virão.

Cantar pelo que nascerá mais que perfeito
na medida certa do que é justo e que é direito
mesmo que o único ouvinte seja o próprio coração.


(Direitos autorais reservados).
Imagem: Super beautiful photos




 
 
 
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 25/07/2012
Alterado em 25/07/2012
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