FLOR DE GALENA
A flor de galena
se exibe, se mostra,
seu serviço está à porta.
Letras alheias procura por toda parte.
Usa palavras dos outros
pra poder se armar com arte.
Está condenada a nunca sorrir.
A distância será seu inverno e sua primavera.
Eterna espera...
Talvez também seja mestre em mentir.
O sopro moribundo
da matéria humana
não a atingirá.
Há muitos rostos por aí,
para quem sabe dar.
A vida lhe dará a indulgência
de nunca enfrentar a agonia
dos mascarados de arco-írs
que são, na noite, seus guias
na costumeira estrada.
Com idéias alheias,
tece mensagens de areia
pra impressionar o mundo do nada.
(Direitos autorais reservados).
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 22/07/2012
Alterado em 22/07/2012