LEMBRANÇAS
Algumas lembranças enchem-nos de riso, de uma sensação de bem estar como ao aspirarmos um jasmim. São as que nunca nos proporcionaram uma lágrima de tristeza - somente as de alegria. São como aqueles livros eternos, que volta e meia voltamos às suas páginas para nos deliciarmos com as palavras que alí preservam um pouco do nosso tesouro interior.
Outras lembranças queremos esquecer para sempre -- apagar de nossa memória palavras infundadas, ditos mentirosos, promessas e certezas que não passaram de chama de vela, que se extinguem lentamente, nos deixando o desagradável cheiro da efemeridade. Por que nada substitui a luz do sol - e por conseguinte, a luz da verdade. E assim se processa em nossos caminhos, em nossas vivências. As lembranças que sempre levamos conosco são aquelas as quais sempre a elas retornaremos, porque foram verdadeiras - e justamente, são aquelas que escrevemos com a tinta do nosso coração, porque só nos é que podemos ainda ler a verdade no que falamos, no que escrevemos, no que sentimos.
Outras lembranças são exatamente como a rosa: nos inebriam com sua aparência, seu perfume, seu encantamento - e depois suas pétalas repousam dentro dos livros, abandonadas, vazias, desprovidas do essencial: vida.
Há então que se olhar a relva e perceber que Deus a fêz em extraordinária proporção, justamente para nos lembrar que é por alí mesmo que os nossos passos serão firmes.
(Direitos autorais reservados).
Imagem: Super beautiful photos (FB)
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 21/07/2012
Alterado em 21/07/2012