INEFÁVEL
Fluem as notas de um tempo.
Um tempo que se move como um grande sopro.
Uma sombra trêmula passa
entre a grande tarde e meus olhos.
Não tenho olhos vermelhos
e isto é fatal. Talvez um assombro.
O ocaso neles não faz morada.
Mostro meu sorriso e sigo caminhando
para o amanhecer.
Não me ganham as sombras
quando despenco de um paraíso
para não expirar,
para viver.
(Direitos autorais reservados).
Imagem: Anze Bezuidenhout (FB)
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 10/07/2012