In memoriam de um guerreiro
Pela janela entreaberta
em uma noite de novembro
Deus se fez chuva
e caiu sobre nós.
Nossos sonhos, nossa quimera
à noite, sucumbida,
como vento sobre margaridas.
Girassóis ainda espiam
espaços que se tornaram vazios
de móveis, de imensidão
do que um dia foi carne
e brio.
A geladeira branca, antiga,
foi sempre passaporte para
laços de cada dia
com a vida.
Na sala de jantar
a paisagem na parede
dormirá sem por de sol
pois não haverá mais olhos
para ver-te verde e amiga.
Nossa Senhora Aparecida
em cima da televisão
em outro rincão,
dará direção ao trilho
para que a Deus chegue em paz
o trem que leva
teu corajoso coração.
Preciso continuar a viver agora.
- Saudade, solta minha mão.
(D.A. reservados)
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Curitiba, 13 de novembro de 2003
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Paráfrase de meu querido amigo Vaine Darde:
SONETO “IN MEMORIAM DE UM GUERREIRO"
Saudade, solta minha mão cansada,
estou febril de ausências no arrebol,
da vigília solar do girassol
fitando minha paz abandonada.
-Deus, que chuva chorando a madrugada.
Na noite em que não houve pôr-do-sol...
até as margaridas do lençol
parece que estão tontas de geada...
Por vez, a dor... Não há como contê-la...
Tu segues nesse trem para as estrelas
enquanto eu reinvento minha estrada.
No céu já há indícios de aurora
preciso continuar a vida agora,
-Saudade, solta minha mão cansada.
Vaine Darde
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 31/01/2007
Alterado em 03/06/2011
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