PASSA O TEMPO
Passa o tempo
à eternidade proposta.
Porém as palavras andam tortas
peregrinas de um sonho
que nunca se fêz verso.
A me sorrir, passa o menino.
Não retribuo a saudação.
Da vida, nada lhe ensino,
mas o carrego no coração.
Nas luzes que se apagam - vago,
isolada em meus nichos de saudade.
Da terra, dos homens,
desfaço o nó da garganta.
Não tenho mais verdades.
E outra luz avança
em meu espelho de lembranças
onde encarceraram
os laços do meu semblante.
Na gaveta empoeirada da minha lira
afago partituras de mentira
antes que outro sorriso me levante.
(direitos autorais reservados).
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 13/12/2011
Alterado em 15/12/2011