Cantares VII (Neste tempo de aurora...)
Toma teus lírios entre as mãos,
neste tempo de aurora.
O dia já te chega
com seu traje de incenso,
com os ventos dos jardins,
com a lua cacheada de sonhos.
Nutre, diariamente,
os canteiros do teu amor
porque a chuva pode descer
sobre teu feixe de lírios,
e tua bravia seara
ser-te arrebatada
pelos próprios véus
do teu coração.
Aspira o perfume do templo
onde te revelam os selos da alma.
Não te esqueça,
que no prenúncio
de tua noite negra,
foste devolvido à aurora.
Agradece Àquele que considerou
a tua voz e os teus apelos,
e afasta-te para sempre
do desprezo do teu coração
pelo sagrado.
Ama e reverencia em silêncio
Aquele que compungiu-se do teu sonho,
e nutriu o teu solo
quando teu coração
ainda era um deserto.
(Direitos autorais reservados).
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 27/12/2006
Alterado em 26/12/2010
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