Poemas da Caminhada - Lúcia Constantino
O canto da alma é a única coisa que fica. E o que dele fizermos...
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Vestígio de águas mortas
Se a ventura se forma
de frascos descartáveis,
mas cobiçados,
(entre uma entronização e outra)
é  porque o homem tem medo,
muito medo
da morte no deserto...


Não avança só,
porque poderá cruzar
com seu próprio rosto
diante do espelho...
E o esboço pode ferir,
como fere a procura do sol,
como fere o que adormece no regato
surdo à libertação
do canto d’água ...

Talvez na próxima curva do caminho
sepulte mais um morto
sem ter ascendido o coração
à altura do sentido da vida.


(Direitos autorais reservados).





Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 26/12/2006
Alterado em 03/06/2011
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