Continuando minha homenagem na semana do aniversário deste meu maior ídolo literário - 29 de junho - eis abaixo um trecho em ele que nos fala sobre a amizade:
Meu amigo, "(...) junto de você, não tenho que me desculpar, não tenho de pedir, não tenho de provar; encontro a paz , como em Tournus. Acima de minhas palavras insensatas, acima dos raciocínios que podem enganar-me, você considera em mim simplesmente o Homem. Você respeita em mim o embaixador de crenças, de costumes, de amores particulares. Se sou diferente de você, em vez de lesá-lo, aumento-o.
Eu, que tenho, como todos, a necessidade de ser reconhecido, sinto-me puro em você e vou a você. Tenho necessidade de ir aonde sou puro. Não foram minhas fórmulas nem minhas atitudes que disseram a você quem eu era. Foi a aceitação do que sou que fêz você indulgente, quando necessário, para com essas atitudes e essas fórmulas. Eu lhe agradeço ter-me recebido tal qual sou. Que farei com um amigo que me julga. Se acolho um amigo à minha mesa, convido-o a sentar-se, se é manco, não lhe peço para dançar.
(...) Sinto necessidade de você para acreditar melhor na volta daquele sorriso.
Este é um trecho de "Carta a um Refém" , de fevereiro de 1943 - Saint-Exupéry a escreveu para o seu amigo Léon Werth, de origem judaica, perseguido durante a II Guerra Mundial (a quem ele também dedicou "O Pequeno Principe").
Citação: Cartas do Pequeno Príncipe, Editora Itatiaia, MG, 1980.
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