Poemas da Caminhada - Lúcia Constantino
O canto da alma é a única coisa que fica. E o que dele fizermos...
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Da amizade (Cidadela)
CIDADELA (1)


Da amizade - V




“Amigo é aquele que não julga. (...) É aquele que abre a porta ao mendigo, à sua muleta, à sua bengala arrumada a um canto. Não lhe peças que dance para julgares como dança. E o mendigo narra a Primavera sobre a estrada lá fora. O amigo é aquele que recebe nele a Primavera. (...)

Fica sabendo que a hospitalidade e a cortesia e a amizade são encontros do homem. Que fazer de um deus que, no templo, discutisse a altura ou a apresentação dos seus fiéis, ou de um amigo que, em casa dele, não aceitasse as minhas muletas e pretendesse que eu dançasse, para me julgar?

Hás de encontrar bastantes juízes por esse mundo afora. Deixa, que de te modelar de outra maneira e de te endurecer, já os teus inimigos se encarregarão. A tempestade não esculpe melhor o cedro. O teu amigo está feito para te acolher. Fica sabendo que, quando vais ao templo,  Deus, em vez de te julgar, recebe-te.”


                            
(1) SAIN-EXUPÈRY, Antoine de. Cidadela. 4a. ed. Tradução Ruy Belo. Lisboa: Editorial Aster, 1978. p. 147/148
                                                                                                                                                                                                                                            
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 19/11/2006
Alterado em 09/01/2009
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