Poemas da Caminhada - Lúcia Constantino
O canto da alma é a única coisa que fica. E o que dele fizermos...
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MAIO, À LUZ DE MINHA MÃE
                (à minha mãe Hilda, in memoriam)

De ti,
não há respostas.
E as que chegaram,
leves, quebram-se sobre meus jardins,
quando o olhar diz à terra
em seu silêncio fecundo
o que tenho (ainda aqui) para cumprir.

Não é hora de  perscrutar as sombras.
Com o amanhã retornará o límpido
e o sobrenatural em que sempre acreditei.
E na grande constelação das passagens,
perder-se-ão meus devaneios
como gotas de orvalho sob as auroras.

Preservo dentro do peito
estes laços, estes guias
que me reconhecerão na jornada.
Meu primeiro olhar para ti,
que não fixou o brilho dos teus olhos,
mas o vôo silencioso do teu amor
sobre os vales por onde caminhariam
meus pés.
E me conduziu
ao reino da confiança
em teu céu e tua terra.
Sob o mais divino dos sóis:
- teu coração.



(Direitos autorais reservados).



Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 04/05/2011
Alterado em 13/12/2011
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