Havia, talvez, um X de ausência infinita
em seus olhos que não viam.
Talvez um Y de melodias perdidas
em seus ouvidos que não ouviam.
Um Alfa e um Ômega do dicionário
da vida em seus lábios que não falavam.
Mas havia toda a vida do mundo
dentro de sua consciência
que via todos os seres
com seus verdadeiros rostos.
Que ouvia a melodia das esferas,
a mais perfeita de todas.
Que falava com a voz do seu coração:
- a que profere palavras perfeitas.
E assim viveu entre nós,
nos mostrando que a luz dos olhos da alma
é a única que realmente ilumina.
Que os sons que podemos ouvir
de dentro de nós são os que têm
os acordes do infinito.
E que as palavras do coração
são a poesia dos céus.
Deixou-nos seu exemplo de que
o verdadeiro ser está muito além
da matéria de que é feito...
e que quem nasceu para iluminar,
pode não ter a luz dos olhos,
mas com certeza, sua alma
tem a dimensão do sol.