Poemas da Caminhada - Lúcia Constantino
O canto da alma é a única coisa que fica. E o que dele fizermos...
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SOB O OLHAR DE UMA AZALÉIA
                
Me olhas com estes teus botões nascendo,
tão pequeninos e já espiando
esse retiro dos meus olhos -
porque às vezes te olho sem te ver,
quando estou longe, arqueando
os meus sóis sob este peso
das minhas saudades.
E quando descem as sombras, venho a ti.
Venho tirar-te o corpo,
desnudar-te, para vestir a minha alma.
E entrego-o  sobre a terra fria,
em nome de um sentimento que tem ainda
dentro do meu peito a cor do sol
e o brilho de todas as estrelas.
Te peço perdão por esse ato de covardia.
E de coragem. Vais murchar sobre o chão,
mas renascer no âmago de minha alma.
Vais adornar aquele átrio de esperança
do templo daquele que aqui dorme (*)
para que essa minha linguagem de mudo amor
o acorde e ele te olhe, te sinta, te ame,
e me ame em ti,
serva fiel do que de  belo
ainda  conservo em mim:
essa saudade viva
e o respeito por ti.


(Direitos autorais reservados)


(*) meu cãozinho "Pequenino" (09.01.1997-18.08.2010)
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 18/09/2010
Alterado em 07/03/2011
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