SALMO DE SETEMBRO
É noite, ó Mestre das Estrelas...
E teus discípulos avançam na noite.
E seus sonhos têm o perfume dos jardins.
Dos jardins transfigurados,
castos,
que tocam o corpo e o rosto
para sempre.
É noite, ó Mestre dos Vendavais...
Nossas asas balouçam,
Nossas margens se irrigam,
E muitas vezes, sem querer,
nos tornamos prisioneiros
de nós mesmos.
É noite, ó Mestre do Amor...
Nascemos de um beijo de amor,
de uma alegria que nos concebeu
em êxtase secreto,
em colheita eterna.
Ó, Mestre,
como numa canção
livre e ardente,
recebamos mais um dia de setembro.
Não o negro dia,
-àquele que tingiu de vermelho
o rosto da humanidade-
mas sim, um dia em que
nossa esperança renasça
seguindo os anjos da nossa infância.
Pois que ainda criança somos todos,
aprendendo a viver...
De ramos verdes
vestem-se Teus jardins,
e, um dia, também
nos dispersaremos no solo,
como Tuas folhas de outono.
E que nesse Teu tempo de colheita,
já tenhamos aprendido,
a lição da paz.
(Direitos autorais reservados)
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 10/09/2006
Alterado em 26/12/2010
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