NESSE LUSCO-FUSCO
Queria parar as horas
desse céu trançado de nuvens:
clerical pedágio para o infinito.
Travar as horas - queria, queria,
para me resgatar
sem temor,
destes paramentos de palhaço
quando pranteio uma terra deformada
em países, raças, ideologias,
em humana cegueira encarcerada.
Começo a acender lampejos de esperança
nesse lusco-fusco
onde dormirá esse céu azul estrangeiro
que me inicia.
O tempo vai, rápido,
como o pensamento
Corporifica-se:
lágrimas na planura ondulam-se como rio
partindo de sonhos sem foz.
(Direitos autorais reservados).
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 08/07/2010
Alterado em 23/11/2010