Silêncios de Outono
A verdade é delicada.
Não tenho oliveiras, nem flautas,
e a manhã do meu rosto é testemunha muda
do infinito que roubo à montanha,
quando por dentro dela me infiltro
nas trilhas dos sonhos.
Gosto dos cânticos escavados na alma,
e dos silêncios divisíveis em perfume
e sinais que não apontam caminhos,
mas resgatam a esperança.
Assim o tempo de um outono sem flautas,
mas, em cada regresso,
já um jarro d'água na varanda
dá o firmamento aos bem-te-vis.
(Direitos autorais reservados).
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 12/05/2010
Alterado em 16/03/2011