MONÓLOGO DE UM PLÁTANO
Sei esperar a resposta dos ninhos.
Minha alma tem olhos abertos
para as flores e os desertos
e a seiva é caminho.
Na grande respiração do entardecer,
a um sinal da primeira estrela,
deixo-me enverdecer.
Ato final do meu tronco
enfim, liberado
à luz das estrelas,
cinzelo o horizonte
com meus braços adornados
de olhares e corações,
que a hora e o lugar
tornam sagrados.
Sei desse canto que me emudece
o peito - por Haendel eternizado.
E para recompensar essa obra
eterna e alada
continuarei, pelas estrelas adentro,
a ser o canto de amor de um deus
à sua amada.
(Direitos autorais reservados)
http://www.youtube.com/watch?v=rq1Iv3DkwVs
http://www.youtube.com/watch?v=PoAhxAlW6QY
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 02/05/2010
Alterado em 23/07/2010
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