VIZINHO DO VENTO
Esse - com quem meus olhos
um dia brincaram de roda
com estrelas na noite escura.
Esse, que meus olhos um dia choraram
quando a chuva soluçou nas rosas
todos os sonhos da ternura,
esse que foi vizinho do vento,
veio e foi só pensamento
deitou folhas pelo chão,
feriu as pétalas nos espinhos
molhou lenços pelos caminhos
mas não vazou o próprio coração,
esse que plantou eternidade
no chão da minha saudade
e era força na travessia
agora como anjo à distância
faz das asas duas lanças
ferindo os olhos da luz
que um dia foram seu guia.
(Direitos autorais reservados).
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 21/04/2010
Alterado em 15/12/2011