Poemas da Caminhada - Lúcia Constantino
O canto da alma é a única coisa que fica. E o que dele fizermos...
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REVELAÇÃO
Para onde vou com minha orbe de ossos.
O mar é a colheita dos meus olhos.
Os sinos tangem sob estrelas encapuçadas
e é de pedra o espelho que não vinga o rosto.
Os caramujos agora refletem luz
e a areia tem rota nas sombras.
É amarga a travessia entre
o olhar e o corpo que se entrega
como peregrino às ondas surdas
e dolorosas,
fitando uma janela de vento
que dispersa o amanhã.


(Direitos autorais reservados).
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 16/02/2010
Alterado em 20/05/2010
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