ÁGUAS
Queria sonhar-te
no sonho oceânico da chuva.
E no silêncio da noite redescobrir
os teus canteiros encharcados
de dor, amor e penumbra
enfermos de estrelas
e de ventos desesperados.
E como acolher o pássaro molhado
levar-te ao peito e como gruta
ser teu último telhado
para que os céus me revelassem
com essas espadas marinhas
que entre tanta noite e tanto mar
as águas foram só minhas.
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 13/02/2010
Alterado em 18/04/2010