APENAS UMA PRECE
Mestre,
que Teu canto seja entoado
onde dormem todos os segredos,
nossos fados, nosso medos:
folhas que balouçam
em Tuas serenas colinas
- degraus da vida que nos ensinam.
Que sob Teu olhar de amor
feneçam os redemoinhos
de nosso vento interior
e que Teus pés de pastor
venham de novo mostrar
o caminho que, um dia, em nossa dor
nos esquivamos de escalar.
Que a leveza do Teu ser
seja nossa alforria,
nossa face da alegria,
de estar vivo e de crer.
Que a confiança
que sob Teus ombros depositamos
não se torne escombros de esperança
de sonhos que não ousamos.
Que Tu sejas o archote que ilumina
a essência de nosso ser,
pois temos sido só lamparinas
tão difíceis de acender.
Que sejamos somente
portal sem corrente
à Tua chegada,
à Tua mão em nossa mão:
nosso despertar, à luz do Teu olhar
no mundo que buscamos:
- o da consciência do Teu plano.
E que sob Teu jugo perfeito,
aceitemos que não é defeito
o coração que não ama,
mas somente um direito
que concedes em respeito
à raça humana.
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Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 27/07/2006
Alterado em 26/12/2010
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