ESPARSOS CAMINHOS
Onde andas, ó vento?
Ainda ouço teus passos musicais
de um tempo que não volta mais.
Uma lágrima, um sorriso...era tão perto o paraíso,
mas, às vezes, a esperança anda pra trás.
Lembro com ternura, os olhos da noite menina.
O universo inteiro era aquela esquina
e o sonho não fazia planos.
Secretos e abundantes eram todos os jardins.
A paz não tinha dia, não tinha ano.
Não se chorava por lembranças.
O coração habitava templos de cristais
onde mantínhamos aquele Deus menino
para que ninguém o ferisse jamais.
Ó vento, ando cansada
da sonolenta noite dos mundos.
A serenidade efêmera das minhas veias
são rios que, a cada dia, me inundam.
E tão longas asas
esquivando-se da noite dos tempos,
vão seguindo quem não se vê,
vão seguindo seu próprio sonho
espargindo-se nos ventos.
(Direitos autorais reservados).
(foto: www.olhares.com)