Poemas da Caminhada - Lúcia Constantino
O canto da alma é a única coisa que fica. E o que dele fizermos...
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"LAR, DOCE LAR"



Hoje estou além das palavras.
Na provação de um tesouro interior,
que abre-se semelhante a uma flor
à beira d'água.

Constrangidas, agitam-se as pétalas
ao vento, é o começo da esperança
exilada dos tormentos.
Vivências sob a tutela dos soluços
colocaram-me de bruços para
os ocasos não mais enxergar.

Mas à luz, no mergulho das pétalas
arrancadas pelo vento,
dentro do lago imenso,
sei que os perfumes vêm à tona.
E o poema com rosto de vida,
da água se forma.

Com corpo e pensamento
que na correnteza, Deus, em Seu
mais sagrado elemento,
a natureza (nossa eterna sala de estar),
pactuou com o humano
em aprender, continuar...

Lar, doce lar...



Foto: www.olhares.com

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 17/09/2008
Alterado em 20/01/2009
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