Poemas da Caminhada - Lúcia Constantino
O canto da alma é a única coisa que fica. E o que dele fizermos...
Capa Meu Diário Textos Áudios E-books Fotos Perfil Livros à Venda Livro de Visitas Contato
CÂNTICO MUDO
                        “Descubro a lembrança das vozes.
                         São lembranças da tarde, as livres e caseiras
                                                     Vozes tão remotas.
                         São vozes de conselho.
                         Pausas na minha dor.”

                                           - Mando Aravandinou

Tempo possuído.
As personagens se desfocam.
Meu olhar é curvo, corvo,
modo genuíno de apreender
uma realidade dolorosa.
Graves personagens na doçura da tarde
saem dos espelhos.
Um arremesso patético de águas
sobre os olhos. Os cristais devassados,
infiltram-se em espectros de silêncios.
O verde me chega, mendigo.
Mumificadas flores sorriem na moldura exposta.
Silenciosamente submerjo,
a cabeça presa
entre as costumeiras brumas.
Tento, para me esquecer,
retificar o pensamento.
As vozes dentro dele
são o que me resta de sol.




Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 25/07/2008
Alterado em 18/01/2009
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
Comentários