Poemas da Caminhada - Lúcia Constantino
O canto da alma é a única coisa que fica. E o que dele fizermos...
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O RIO INTERIOR
                                 "Conduzam-me ao país das águas.
                                 Em grandes prados envelheça
                                 contando ao rio minhas fábulas"

                                            - Gabriela Mistral

Deixem-me dormir
sobre as águas dos meus olhos.
Anciãos me falaram que navegar
para dentro dos sonhos
é talvez, reconhecer o "devir"
na linguagem do pranto.
Ir-me-ei, pois, por entre fábulas
de amor e paz e acalanto
e nunca terei a hora sexta
pois essas águas serão cantos.

Deixem-me ficar
dentro da minha gruta de amor
e desamor feita de vida.
Um dia, dela sairei
para caminhar nos prados amanhecidos.
Terei envelhecido? Não tem importância.
Os meus olhos conservarão
o mesmo brilho das águas
que me depuseram nos olhos
na hora primeira de minha infância.


(Direitos autorais reservados).









Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 15/07/2008
Alterado em 15/01/2009
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