ÁGUAS ETERNAS
Há um cessar.
As águas arremessam
contra a rocha aflita.
E tudo é uma superfície líquida
onde cambaleiam estrelas do mar,
algas, ondinas...
Mosaico movediço em lua cheia.
Torno a desviar meu rosto
desse oceano que desfalece
na intimidade de minhas visões.
Guardarei para sempre
o azul das águas,
sua saliva branca
debatendo-se para pronunciar um nome
que jamais será ouvido.
E na noite, apenas um gorjeio
me restaura a lembrança
da linguagem submergida.
(Direitos autorais reservados).
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 10/07/2008
Alterado em 15/01/2009
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