29/07/2007 19h05
de Florbela, VI (sem título mesmo)
"Falo de ti às pedras das estradas,
E ao sol que é loiro como o teu olhar,
Falo ao rio, que desdobra a faiscar,
Vestidos de Princesas e de Fadas;
Falo às gaivotas de asas desdobradas,
Lembrando lenços brancos a acenar,
E aos mastros de apunhalam o luar
Na solidão das noites consteladas;
Digo os anseios, os sonhos, os desejos
De onde a tua alma, tonta de vitória,
Levanta ao céu a torre dos meus beijos!
E os meus gritos de amor cruzando o espaço,
Sobre os brocados fúlgidos da glória,
São astros que me tombam do regaço!"
(Florbela Spanca, Sonetos, Ed. Difel,SP, 1983, p.168)
Publicado por Lúcia Constantino
em 29/07/2007 às 19h05