"Mais um ano na estrada percorrida
Vem, como o astro matinal, que a adora
Molhar de puras lágrimas de outrora
A morna rosa escura e apetecida.
E da fragrante tepidez sonora
No recesso, como ávida ferida
Guardar o plasma múltiplo da vida
Que a faz materna e plácida, e agora
Rosa geral de sonho e plenitude
Transforma em novas rosas de beleza
Em novas rosas de carnal virtude
Para que o sonho viva da certeza
Para que o tempo da paixão não mude
Para que se una o verbo à natureza."
(Vinicius de Moraes, Antologia Poética, Cia. das Letras, SP, 1996, p.153,154)