Poemas da Caminhada - Lúcia Constantino
O canto da alma é a única coisa que fica. E o que dele fizermos...
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29/07/2007 18h50
Soneto da Rosa (Vinicius de Moraes)

"Mais um ano na estrada percorrida
Vem, como o astro matinal, que a adora
Molhar de puras lágrimas de outrora
A morna rosa escura e apetecida.

E da fragrante tepidez sonora
No recesso, como ávida ferida
Guardar o plasma múltiplo da vida
Que a faz materna e plácida, e agora

Rosa geral de sonho e plenitude
Transforma em novas rosas de beleza
Em novas rosas de carnal virtude

Para que o sonho viva da certeza
Para que o tempo da paixão não mude
Para que se una o verbo à natureza."


(Vinicius de Moraes, Antologia Poética, Cia. das Letras, SP, 1996, p.153,154)

Publicado por Lúcia Constantino
em 29/07/2007 às 18h50